sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

The Wrestler - Um dos melhores filmes do ano e da Vida de Mickey Rourke




Em The Wrestler atentamos para mais uma obra prima de Darren Aronofsky diretor que a cada filme demonstra mais sua genialidade. Em filmes como Requiem para um sonho, PI, Fonte da Vida sua busca era voltada a origem e engrenagem da vida, seus mistérios e motivações, em The Wrestler a dinâmica é outra, mas sem sair da sua formula, ele consegue quase que complementar sua visão de vida e mundo, como em uma continuidade artística, explorando o cotidiano e a forma como a realidade e o mundo com suas dificuldades são capazes de moldar seres humanos e como essa experiência pode levar qualquer pessoa ao aprendizado até mesmo um Wrestling.

O filme conta a história de um Lutador veterano de luta livre “The Ram” (Mickey Rourke) que luta para manter sua carreira de lutador e se equilibrar em meio a dívidas, velhice e uma vida familiar muito complicada.

Longe de ser um daqueles filmes eventuais de superação, estilo Rocky Balboa, o personagem não busca a superação, porem procura apenas um meio de manter seu estilo de vida suas lutas, o ringue é o seu lugar de glórias e satisfações, fora do ringue só se sente o vazio do personagem, o filme esboça todo seu esforço para manter-se lutando apesar da idade avançando e a impossibilidade cada vez mais latente de manter um alto nível competitivo, já que nas lutas cortes e feridas são visíveis por todo o corpo, luta contra o infarto que o afasta dos ringues, luta para restabelecer uma relação paternal com sua afastada e irreconhecível filha, tudo que esse personagem quer é sua vida seguindo o curso normal, e no decorrer do filme vemos o quanto a simplicidade torna-se complexa. A personagem de (Marisa Tomei) Stripper ousada e ao mesmo tempo esgotada de sua vida, vê nesse lutador a chance de ajudá-lo no mínimo possível e longe de ser apenas uma mera coadjuvante caminha em passos descontínuos com esse personagem.

A direção, com câmera de mão só ressalta o realismo do filme e sua sensibilidade ao apresentar o expectador a película, dessa forma é possível penetrar a fundo na jornada do personagem e na sua visão dos problemas a sua volta, nas cenas de luta toda a realidade é exposta aos olhos do expectador que se extasiam com o combate,como se estivessem sentados na platéia,realismo tal que levou o ator Mickey Rourke a cortar de verdade seu próprio rosto, e ao mesmo tempo leva a uma profunda emoção ao vermos Ram numa bancada de frios de um supermercado trabalhando com muito bom humor, depois de sua impossibilidade de lutar devido a problemas cardíacos.

Claro que o passado de Lutador de Mickey Rourke o encaixa perfeitamente na proposta, mas ele é muito mais do que um simples lutador no filme, em momento nenhum passa a ser um personagem caricato e se encaixa perfeitamente em todo o drama do filme, o fato de ser lutador só realçou a perfeição realística das lutas, não apostem suas fichas na ascensão de Rourke, ele foi e sempre será um ator mediano, mas sem dúvida essa atuação lhe rendeu não só uma indicação ao Oscar, mas a constatação que sem dúvida nenhuma ele desempenhou o melhor papel de sua carreira, não se envergonhe se um homem de cabelão, forte como um touro e de colante o fizer chorar, ao som do melhor do Heavy Metal e Hard Rock que embalam o filme ele sem dúvida merece a estatueta


Posted by Neylan Porto @ 00:25
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domingo, 1 de fevereiro de 2009

Oscar 2009 Análise

Depois de todos os filmes assistidos eis a minha humilde opinião com as devidas justificativas.

Melhor filme:

Aposto no Quem quer ser um Milionário?(Slumdog Millionaire) por um simples e importante motivo político-cinematográfico, a parceria de Hollywood com o cinema de Bollywood que apesar de não ter o glamour da sua parceira é a maior indústria cinematográfica do mundo, e não desprezem esse fator, pois o filme mistura os bons elementos das duas origens, um filme que traz a contextualização direta com vários elementos culturais típicos da índia que estendemos a vários países, o elemento do programa de perguntas e respostas no filme que tem no nome do programa o próprio titulo do filme, além de ilustrar um dos tipos de programas mais populares da Índia e definitivamente uma formula bastante usada e desgastada no pais, o que faz até lembrar Magnólia. Com a direção excelente, fotografia estonteante e a uma da melhores montagens e edições que já vi em um filme, com a mistura de cores e tomadas com câmeras manuais alternando longos cenários e cenas intermináveis, a correria na favela indiana do começo do filme tira o fôlego como nunca tinha tirado antes no cinema, a forma paciente do roteiro em apresentar os personagens principais em três fases diferentes de suas vidas e o amadurecimento dos personagens, faz desse filme completo, provavelmente levará a estatueta com grande mérito, e mostrará que Hollywood está precisando de um intercambio maior com outras indústrias cinematográficas e não só copiar roteiros e formulas como muitas vezes vemos em filmes dos mais diversos gêneros com o atual Operação valkyria (Valkyrie) e Quarentena (Quanrentine) só para citar filmes em cartaz no momento e dois filmes de muito sucesso em seus respectivos países.

O Leitor ( The Read) foi um daqueles filmes de causar nó na garganta e no peito,é complicado sua visão,pelo simples fato de atingir uma humanidade tal a tratar de temas complicados,até que ponto as relações interpessoais se comprometem com a quebra de conduta e moral de um com o outro ou com seu próprio passado,um filme controverso,que pode gerar repulsa de uns e cumplicidade de outros,certamente o que faz dele um dos indicados é a soma de fatores que ao complementar-se criam um ambiente ideal tanto no que diz respeito a técnica como teoria,sua história simples para com a vida e decisões,complexas por explorar a mente humana e seus extintos e desejos causam arrepios e angustias,o filme beira a excelência.Para não ficar extenso o comentário a análise dos dois concorrentes diretos na minha opnião cabe melhor na proposta.

Melhor Diretor:

Seria comum e coerente afirmar que Danny Boyle por Quem quer ser um milionário (Slumdog Millionaire) seria o provável ganhador, porém eu aposto na falta de coerência nessa categoria, pelo simples fato de David Fincher já figurar a tanto tempo entre os melhores diretores de Hollywood e do mundo, com seus filmes e direções ousadas e atraentes a um público em renovação, percebemos em cada filme sua evolução e maturidade na direção, talvez Zodíaco (Zodiac) seja a pedra no meio do seu caminho, porem que grande pedra alguns diriam. O Curioso caso de Benjamim Button (The Curious Case of Benjamin Button) é uma aula de direção,que combina dois tipos de direção a mais ocasional alternando momentos de pura criatividade,quem viu a cena da Cate Blanchett dançando nunca se esquecerá,alguns podem achar pura compensação,o que seria de certa forma merecida,mas eu acho que seria a constatação do cinema para um dos diretores mais geniais de seu tempo.

Minha indignação está no fato de O Darren Aronofsky não ter sido sequer indicado pelo Filme O Lutador (The Wrestler), sem dúvida ele perde pontos por seus filmes e pontos de vistas mais ousados e mais complexos, por ser a antítese e complemento de David Finscher é difícil analisá-lo concorrendo e eu opinando sobre essa hipótese, mas sem dúvida a direção de O Lutador além de totalmente fora do convencional, muitas vezes documental, e com uma maneira de filmar que beira o puro e cru realismo com suas cenas filmadas muitas vezes por câmeras de mão, deveria no mínimo estar entre os indicados.

Melhor ator:

Aqui a minha dificuldade de separar meu favorito e o provável favorito da academia é latente, eu creio que Mickey Rourke com o filme O Lutador (The Wrestler) chegou ao ápice de sua carreira, e não é o ápice que nosso querido crítico da TNT tão mal mencionou na entrega do Globo de Ouro, eu diria que ele é de certa forma tão despreparado para a proposta e ao mesmo tempo tão identificado com ela que as duas coisas se misturaram, afinal ele já foi um “Wrestling” durantes anos, e a simbiose criou uma obra prima de atuação, por dois motivos, primeiramente foi uma excelente atuação, poucos atores fariam aquele filme de uma forma tão perfeita, muitos ficariam caricatos naquele papel e outro o Mickey tem a cara do papel, ora, um é perfeito ao lado do outro, e a já mencionada direção de Darren emplaca esse filme como um dos melhores de 2008.

Mas sem dúvida alguma eu afirmo,vai dar Sean Penn,Milk é um filme sensacional e se não concorressem tantos ótimos diretores esse ano ao premio de melhor direção,o Gus Van Sunt levaria,a mistura de documentário, de cenas reais com ficção da um tom ao filme tão realista que o expectador passa a acreditar que Sean Penn é o verdadeiro Harvey Milk,a sua excelente performance so pincela sua carreira,um ator faz sua carreira vitoriosa e brilhante com a escolha de seus papeis,e poucas vezes vi um filme ruim do Penn,mas o ator superou seu papel e como trata-se de um filme de temática delicada,e o que Penn teve que submeter-se ao tratar a relação Homossexual e a visão de um político no embate a questão,Penn tem dupla chance,a academia o premiará quase que como um serviço de politização sobre um tema complicado ,prestado de forma magistral.

Um ator que me impressionou de forma muito positiva e o ator Richard Jenkins – O Visitante (The Visitor) no qual ele interpreta muito bem o papel de um professor frustrado intelectualmente e com a vida, pois um anula o outro e sua vida cerca-se de mentiras sobre sua vida supostamente super agitada e bem sucedida,vale a pena conferir esse ator que pouco conhecia,pincelava em um ou outro seriado, mas em filmes suas aparições eu não tinha devidamente notado.

Brad Pitt com o filme O Curioso caso de Benjamin Button ( The Curious case of the Benjamin Button) enfim merece uma indicação,não que ele já não tivesse merecido antes,cá entre nós a maquiagem ajudou muito nessa indicação,fez o milagre que muitos não esperavam ou tinham simplesmente ignorado,longe de ser um milagre a academia atenta de certa forma para um ator com muito talento,com toda certeza a escolha de papeis definirá seu futuro e veremos mais vezes seu nome entre indicados.

Pode ser que seja uma opinião minha mas Frank Langella em Frost-Nixon não entraria entre os meus indicados,o filme Frost-Nixon é excelente e ele faz devidamente seu papel de uma forma convincente e atende as expectativas,porem fico em dúvida entre a normalidade e a superação,talvez tenha ficado uma primeira impressão do filme equivocada,não sei.

Melhor atriz:

Outra categoria que não tenho dúvidas, que outra atriz consegue emplacar dois filmes excelentes, com duas atuações magníficas, ela levou o Globo de Ouro de Melhor atriz e melhor atriz coadjuvante por respectivamente seus dois filmes lançados quase que simultaneamente, Foi apenas um sonho (Revolutinary Road) e O Leitor (The read) ela deveria levar Double Best actress, por mais que os anos tenham demonstrado ela ser uma excelente atriz, confesso ter negligenciado todas as provas a minha frente, Titanic é uma boa atuação sem duvida, brilho eterno de uma mente sem lembrança (Eternal Sunshine of the Spotless Mind), em Busca da terra do Nunca (Finding Neverland) e tantos outros, mas como toda maturidade vem com o tempo, esse ano ela se superou e com dois papeis, realmente é um fato que eu ainda não tinha visto na história do cinema, e nesse ano com uma concorrente de peso Meryl Streep, a atriz mais indicada ao Oscar na História, que faz o controverso Dúvida (Doubt) onde interpreta uma freira que dirige um colégio com linhas conservadoras e como a própria frase dita por ela em dois momentos é capaz de “para encontrar o pecado se afastar de Deus” e sua busca revela sua intolerância e certa arrogância e alguns momentos, um excelente filme, mas que precisa ser analisado com calma principalmente sua personagem dentro de um universo controverso apresentado na película.

A atriz Melissa Leo de Rio Congelado (Frozen River) me surpreendeu ela aparece entre minhas favoritas certamente, eu não a conhecia muito bem e fiquei impressionado, o filme é embalado por uma mórbida e fria fotografia, mas a atriz com o foco totalmente voltado a ela demonstra desenvoltura e dramaticidade impar, o filme tem uma cara de filme independente o que acentua sua importância entre indicações,mas certamente é salvo por essa atriz que se mistura ao clima dramático temporal para trazer luz a esse roteiro super original que sua personagem encara,demonstrando até que ponto uma mãe leva a luta para alcançar o melhor para seus filhos.

Angelina Jolie com uma boa atuação em A Troca (Changeling) fica para trás,pelo simples fato da concorrência ser grande esse ano,talvez em outros anos ela tivesse maior chance,mas entre duas atrizes de peso e outras em destaque,fica complicada a competição,toda a sua choradeira em A Troca,fato que ocorre praticamente o filme inteiro, não foram necessárias para a atuação valer a estatueta,talvez deva - se ao fato do filme e seu roteiro serem explorados de uma forma até um pouco maçante para a maioria dos expectadores,e Clint Eastwood destoa muito de seus trabalhos anteriores,com uma direção de certo ponto de vista comum para os seus padrões.Pelo menos ela escolhe uma personagem que vai além de sua imagem e causa grande compreensão do público atentando para suas qualidades artísticas.

Melhor ator coadjuvante:

Coringa e ponto. todo mundo viu Cavaleiro das Trevas(The dark Night) e meu comentário seria irrelevante,eu nunca vi um personagem de quadrinhos tão bem interpretado,Heath Leadger sempre foi um ator mediano,mas chegou a um ponto da carreira que decolou,sua ponta em Eu não estou lá ( I’m Not There) já dava mostras da sua maturidade,fatalmente com sua perda,o cinema perde um jovem e ao mesmo tempo ator que ganhava experiência e crescia rapidamente,espero ansiosamente The Imaginarium of Doctor Parnassus, para ter mais uma prova de que sua carreira estava decolando. Que covardia, pegue a lista de indicados e veja o nome de Philip Seymour Hoffman, sua atuação encarnando um padre de linhas modernas humanitário e enérgico e duvidoso como tudo no filme desde o título no Dúvida ( Doubt) é sensacional, mas mesmo assim Ledger fica na história, Oscar póstumo e só homenagem? Duvido que quem viu o filme como todos viram levaria essa afirmação adiante.

Melhor atriz coadjuvante:

E mais uma vez eu me deparo com a minha preferência e a da academia, nessa categoria é muito difícil opinar pelo simples fato, como a Cate Blanchett perde o Oscar da edição de 2007 depois de sua atuação fora do real no filme Eu não estou lá (I’m Not there) para a fraca e apagada atuação em de Tilda Swinton em Conduta de Risco (Michael Clayton) depois disso fica difícil opinar. Apostaria na Penelope Cruz, ela traz vida ao Vicky Cristina em Barcelona, ela e toda aquela paisagem estonteante de Barcelona e Oviedo, por mais que Allen perca a mão, seus personagens continuam com a mesma sátira de antes, com humor e complexidade, é Allen vamos substituir a Penelope pela Scarlett, já ta na hora não é?

Duas indicadas oriundas do filme Dúvida (Doubt) e eu fico em dúvida, enfim difícil escolher entre Amy Adams e Viola Davis é estranha até a indicação da segunda, pois a aparição dela no longa dura 5 minutos,é bem estranho, porém a visão da academia privilegiará um filme que traz a tona uma personagem coadjuvante vivida por Amy Adams que inspira confiança e apego pela moral e sensibilidade humana,da conduta de seres humanos que deveriam estar mais próximos a Deus,porem afastam-se,ela ganha e ganha com certa folga eu diria,por mais que Penelope tenha sido divertidíssima.

A segunda parte postarei depois, os textos ficam grandes ao se analisar a lista dos indicados e dissecá-la, mas o exercício faz-se presente quando percebemos como as opiniões podem ser inconsistentes sem antes ter analisado todas as obras, pelo simples fato de suas especificidades e a insuficiência de respostas ao analisar um elemento apenas da equação, como em um concurso escolhemos o melhor, como escolher o melhor sem conhecimento prévio dos concorrentes.

Posted by Neylan Porto @ 05:56
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