segunda-feira, 24 de maio de 2010
Mundos ao abismo
Perdido em mundos moldados, nos quais a realidade ainda equivale à preexistência, que na sua configuração não impulsiona a continuidade, entre transposições e criações se ausenta do mundo que da teoria a prática não faz viver. Da incerteza que surge da contestação da vida em mundos diversos vem a tamanha fragmentação, da vida ao seu redor, do conteúdo e forma, a experiência na ilusão mergulha o subconsciente, que imerso na solidão já não repreende a realidade melancólica. Ferozmente o embate denota inconsistência e na ocasião da ilusão surge a decepção, sentindo sensações e deja-vu de vidas nunca vividas, sentimentos surgem e extinguem-se como meras aparições.
Os passos são contados subjetivamente até o abismo do qual Nietszche atentou, realmente quando se olha muito tempo para dentro do abismo ele começa a olhar dentro de você, abismo e consciência já não são mais os mesmos, fundindo-se em uma dança mórbida, tornam-se um só, não sentindo ou acreditando, a frustração lhe alcançando, entorpecido com o fenômeno que nem consegue distinguir, sem alternativas, uma lenta, porém letal dor o consome, levando a crer na tamanha imensidão que na esquina abandonada torna-se latente.
Realmente a sensação da situação suprimiram os sentidos, sufocaram o dormente contente, que em seu leito de vida só deleita as dores do jovem consciente e do velho sempre ausente, na proporção dos olhares desmedidos, sonhos deduzidos e experiências amargas, aquela mulher tão triste que já vi a segurar um Martini é confrontada em suas escolhas, perdendo-se sufocada ao tentar.
Posted by Neylan Porto @ 03:24
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